terça-feira, 20 de novembro de 2007

Paquistão prende mais de 150 jornalistas

Trabalhadores protestavam contra o estado de exceção
Mais de 150 jornalistas paquistaneses foram presos hoje em Karachi (sul) quando protestavam contra o estado de exceção e as restrições impostas aos meios de comunicação, segundo o canal de televisão Geo TV. Segundo a emissora, os jornalistas tentavam chegar à casa do chefe do governo regional quando foram impedidos pela polícia, que os perseguiu até o Clube de Imprensa de Karachi.
Lá, os agentes entraram nas instalações e atiraram contra os repórteres, ferindo alguns deles, divulgou em seu site a Geo TV, um dos canais atingidos pelas restrições impostas pelo regime do general Pervez Musharraf em virtude do estado de exceção.
No Clube de Imprensa, as forças de segurança prenderam todos os presentes jornalistas — entre eles, o presidente da entidade, Sabehudin Ghausi, e vários repórteres da própria Geo TV. Em seguida, jornalistas que conseguiram escapar protestaram contra as prisões, enquanto a polícia reforçou a segurança em torno da sucursal da emissora em Karachi.
Desde que o presidente Musharraf declarou o estado de exceção, no dia 3, ativistas políticos, jornalistas e advogados foram detidos "preventivamente". O Ministério do Interior anunciou hoje a libertação de cerca de 3,4 mil deles.
Segundo um porta-voz do Ministério, outros 2 mil serão soltos em breve, e faltam poucos dissidentes presos ainda a serem processados.
Ao declarar o estado de exceção, o governo bloqueou a transmissão a cabo das televisões privadas do país e proibiu a publicação de informações que "difamem, ridicularizem ou atinjam a reputação" do chefe do Estado, do Exército e das instituições.

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