terça-feira, 25 de setembro de 2007

Encontro em Parobé debateu dificuldades e soluções para crise coureiro-calçadista

Numa iniciativa do Conselho Municipal de Desenvolvimento (Comude) de Parobé, foi realizado na noite de ontem, segunda-feira, dia 24, na Sociedade Cultural e Recreativa Parobé, encontro com a intenção de discutir os problemas enfrentados pelo setor coureiro-calçadista atualmente. Participaram da reunião o deputado federal, Renato Molling, o deputado estadual, João Fischer, a prefeita de Parobé, Gilda Kirsch, o prefeito de Rolante e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (AMVRS), Pedro Rippel, o presidente do Comude, Geraldo Antônio Both, e o presidente da Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária do Vale do Paranhana (CICS-VP), Marcos Kayser, além de outras autoridades e lideranças regionais. No entanto, a participação de público foi baixa, contando com pouco mais de 70 pessoas.
Inicialmente, o presidente da CICS-VP detalhou as atividades desenvolvidas na Agenda Estratégica Paranhana 2020, salientando que a iniciativa visa desenvolver um planejamento contínuo para o Vale do Paranhana, buscando a melhoria da qualidade de vida na região, que hoje, segundo dados do Idese apresentados por Kayser, é uma das mais pobres do Estado. O presidente da CICS convidou também todos que participem da Agenda Paranhana, e também divulgou a data da apresentação da 1º onda de projetos propostos, que acontecerá no próximo dia 7 de novembro, no Centro Municipal de Cultura de Três Coroas.

Logo após, o deputado João Fischer falou principalmente sobre as dificuldades de se empreender no Brasil. “Os governos complicam demais”, resumiu o deputado, apresentando alguns fatores para isso, como por exemplo o Super Simples, que segundo ele não facilitou e ainda resultou em aumento da carga tributária. Além disso, Fischer falou sobre a revogação da Medida Provisória 382, derrubada na semana passada pelo governo federal para destrancar a pauta, e possibilitar a votação da CPMF na Câmara dos Deputados. “Quando é para o governo cobrar, se destranca tudo”, disse, falando sobre os benefícios da MP ao setor coureiro-calçadista, como os descontos de até 9,75% nas alíquotas de PIS/Cofins. O deputado também destacou que é necessário que o programa Revitaliza entre em vigor, possibilitando a liberação de créditos para setores exportadores.

O deputado Renato Molling destacou principalmente as ações da Frente Parlamentar na Câmara dos Deputados. Ele salientou que em Brasília, as frentes existem para que as reivindicações possam ter representatividade, e assim, serem ouvidas com mais sensibilidade pelo governo. Molling destacou alguns problemas e medidas para auxílio ao setor produtivo, principalmente o relacionado as exportações, e citou também a decisão do governo de revogar a MP 382. “Planejamento, organização e respeito com quem faz o país andar é preciso ter”, cobrou o deputado, citando o fato da revogação da medida ser antes da votação da CPMF. Ele informou também que no dia seguinte a decisão do governo, um projeto de lei foi apresentando concedendo os mesmos benefícios da MP. No entanto, não se sabe quando as medidas entraram em vigor, em função dos trâmites de uma proposta dentro do Congresso, mas, frisou que a idéia tramita em caráter de urgência na Câmara. O deputado também frisou como entraves aos setores produtivos a alta carga tributária, a legislação trabalhista, considerada muito antiga, e também o regime previdenciário.

No espaço destinado a manifestação das lideranças e público presente, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Calçado e Vestuário de Parobé (Sindivest), João Pires, cobrou uma manifestação mais forte dos deputados e representantes do setor calçadista junto ao governo federal. “Ações estão sendo feitas, mas o grito tem que ser mais alto”, afirmou, referindo-se ao aprofundamento desta crise, que segundo ele, já deixou muitos desempregados no setor calçadista.

Os representantes dos setores moveleiro manifestaram principalmente a preocupação com a dificuldade de produzir no Brasil. “Não temos problema de vendas. Não temos é como produzir”, sentenciou Luis Cláudio Silva da Rosa, presidente da Associação dos Fabricantes de Móveis e Esquadrias do Vale do Paranhana (Afamep). A preocupação de Rosa, foi corroborada por outro empresário moveleiro da região. Luciano Feiten apresentou várias dificuldades como carga tributária e leis trabalhistas, mas cobrou também uma maior união dos empresários, em busca de soluções para os problemas.
Sobre legislação trabalhista, Antônio Osmar da Silva, que também representava o Sindivest no encontro, considerou que é importante discutir a alta carga tributária do país, sem mexer nas regras da CLT, não tirando, portanto, direitos dos trabalhadores. “Temos que lutar para diminuir a alta carga tributária do Brasil”, afirmou.
O vereador de Parobé, Claudecir Barbosa (PT), cobrou, principalmente, a ausência de empresários da cidade anfitriã na reunião. Por fim, o secretário de Gestão e Controle de Parobé, Cláudio Barros, falou sobre as dificuldades na administração do município, principalmente no que diz respeito aos problemas financeiros.

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